terça-feira, 9 de junho de 2009

Dias Loureiro não tem bens que possam ser penhorados
Ah grande Loureiro, que lição. Aprendamos contigo. Pois quem não tem bens susceptíveis não tem desgostos. Vives na casinha da tua mulher, aposto. Num quartito hindu entre livros do Philip Larkin, cheques endossados a terceiros e cds encriptados. Grande Loureiro, Alma infinita, Nostalgista do dinheiro, Guardião da Amnésia Localizada. Porque o dinheiro é no fundo imaterial, é uma comodidade - commodity, virtual e não suceptível. Loureiro ouve-nos, dá-nos conselhos - tu que és conselheiro. Conselheiro e mestre de presidentes, fazes e desfazes a história, entras e sais, transmudas os adversários em amigos e os amigos em familiares, recorrendo ao falso parentesco dos padrinhos. E tudo isto na aldeia entre o crepitar dos grilos. Imaginamos-te bucólico a prestar declarações com o mesmo à vontade com que assinas contratos para saneamento urbano em Rabat ou com o mesmo à vontade com que fazes sublinhados sobre o julgamento moral, à maneira de Kant. Aprendamos pois contigo, aqueles que pudermos absorver e lapidar os teus ensinamentos. Magníficos: como usar a casca; como usufruir do sumo.

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Modest Mouse, Bukowski

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